Alô, Alô, é da Faculdade… (1)

Dois antigos alunos do AEB, duas experiências partilhadas com os nossos leitores.

Cristiana Carreia, ex-aluna

Cristiana Carreira foi aluna do curso de Humanidades e, presentemente, frequenta o curso de Serviço Social, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa.

Como tem sido a tua experiência na faculdade?
No mínimo, desafiadora e a melhor experiência da minha vida. No início, foi um misto de emoções: a ansiedade dos primeiros dias de aulas e da primeira praxe, a felicidade de estar na faculdade e no curso pretendido, as primeiras amizades, mas também o receio de ter saído de casa, de ter deixado a minha irmã e a restante família, de viver numa cidade enorme onde me sinto uma autêntica formiga.

É um ambiente completamente diferente. Não tendo comigo os meus maiores pilares, é muito difícil, por isso é indispensável ter amigos ao meu lado que, naturalmente, estão a passar pela mesma experiência. Estou a adorar a faculdade, as pessoas, o curso, a praxe, tudo! Ando a descobrir Lisboa e já me habituei a viajar de metro, a fazer comida… Sinto-me uma autêntica fada do lar.

A faculdade está a tornar-se uma segunda casa e os professores não são tão indiferentes como dizem. Se há uns que nos entendem como um número, há outros com quem temos uma boa relação. Pensando na praxe, para mim, está a ser uma das melhores vivências. As madrinhas ajudam-nos bastante e o ambiente criado é muito bonito com battles de canções entre cursos, almoços com mestres e veteranos, tudo o que contribua para a nossa união. É uma experiência para a vida!

Em que medida consideras que escolheste a área certa?
Acho que o curso que frequento grita completamente o meu nome, os meus valores e os meus gostos, não me arrependo de nada. Sempre quis seguir algo relacionado com direitos humanos, de forma a poder dar voz às pessoas que não a têm e tentar ajudar a população mais vulnerável a superar as suas dificuldades. Escolhi este curso com o coração e tenho a certeza de que estou no caminho certo.

Sentes que o AEB prepara devidamente os alunos para a faculdade?
Tenho vindo a reparar que as bases que adquiri em todas as disciplinas estão a ser muito úteis. O meu curso é muito teórico e ter frequentado Línguas e Humanidades numa escola tão exigente como o AEB tem facilitado bastante. Apesar disso, acho que ninguém está suficientemente preparado para a exigência da faculdade. Não tem nada que ver com o secundário. A quantidade de matéria e a velocidade a que é dada não se podem comparar. É preciso um grande esforço da nossa parte para conseguir acompanhar tudo e não ficar para trás.

Que conselhos darias aos alunos que frequentam, neste momento, o ensino secundário e que pretendem ingressar brevemente no ensino superior?
O meu conselho é irem de coração aberto. Vivam tudo intensamente, experimentem a praxe, conheçam pessoas, participem nas atividades – seja na tuna, nos núcleos ou no desporto -, vão a jantares de curso e a festas também, mas, sobretudo, deem o máximo na faculdade.

Com isto, não quero dizer apenas para tirarem boas notas, aconselho também a vossa participação nas várias atividades e oportunidades que a faculdade oferece, como é o caso de workshops, voluntariado, Erasmus, estágios de verão… Informem-se, sigam as páginas da faculdade, dos núcleos dos cursos, da AE, do portal Uniarea e do projeto Inspiring Future. Certamente, vão ajudar-vos a conhecer as dinâmicas das faculdades e a escolher o curso onde querem ingressar.

Arrisquem, vão atrás do que querem e nunca desistam. Ao mesmo tempo, é importante verem as saídas profissionais, os salários, as oportunidades de emprego… Peçam a opinião dos vossos pais, professores, psicólogos ou até profissionais da área. Depois, pensem sozinhos, é uma decisão que vai determinar o vosso futuro. Pensem que irão estudar “toneladas” de matéria, durante três anos, mas que essa aprendizagem será feita com prazer.

No caso do meu curso, há muitos preconceitos e estereótipos baseados na informação distorcida que a sociedade tem da realidade. Informei-me, ouvi o meu coração (sem romantismos) e, acreditem, foi a melhor decisão que tomei. Já na faculdade, experimentem a praxe e tentem divertir-se. Também é importante conhecerem os vossos limites e impedirem que alguém vos obrigue a fazer o que não querem. A praxe ensina-nos valores e desenvolve o espírito de união. Um conselho final: estudem logo desde o início do ano. Com o deslumbramento dos primeiros dias, da praxe e das festas, a matéria pode ficar para trás e bastam dois dias sem estudar para se perder o fio à meada. Esforcem-se, deem o melhor de vocês em tudo o que fazem e acreditem que o futuro vos recompensará.


Alice Santo (11.º B) e Ana Carolina Laranjeiro (11.º C)